Fuga Sem Fim
De Victor Hugo Pontes para a Companhia Instável
A partir de uma ideia de João Paulo Serafim
Dança | 11 e 12 de janeiro | 21h30 | Grande Auditório
Preço: 12€; até aos 30 anos: 5€ (preço único)
“De que fugimos? (…) Quando Victor Hugo Pontes iniciou a criação do espetáculo Fuga Sem Fim, a pergunta foi colocada aos cinco intérpretes. E a resposta mais recorrente foi: “Fujo de mim”. (…) E é essa interrogação central que acompanhou Victor Hugo Pontes, que não queria fazer deste espetáculo um exercício formal sobre a fuga: «Queria que a peça tivesse algo de meu, de pessoal, que está nas perguntas: De que é que fugimos? (…) Tudo relacionado com esta ideia de estarmos em permanente fuga e de nos encontrarmos a fugir.»” Cláudia Galhós, Expresso, 05.11.11
Em 2007, Victor Hugo Pontes e João Paulo Serafim encontraram-se pela primeira vez para a criação do espetáculo Ensaio. Desde então, ambos os criadores mantiveram a vontade de trabalhar juntos novamente. Para tal, elegeram um tema transversal às áreas de trabalho de cada um: a ideia de “fuga”.
O movimento (e a dança) trabalha sobre a alternância de momentos de encontro e de fuga. As imagens (e a fotografia) trabalham sobre o tópico do ponto de fuga. O mote para a criação de Fuga Sem Fim foi a perseguição que acontece no filme Blackmail, de Alfred Hitchcock. Contudo, o facto de o ponto de partida ter sido uma criação cinematográfica não significa que Fuga Sem Fim seja um trabalho sobre cinema: aquilo que aqui importa é a ideia de fuga, por um lado, enquanto ação/movimento em si, enquanto percurso coreográfico; por outro lado, a ideia de fuga enquanto procura das origens do trabalho criativo, com vista a um entendimento mais nítido das razões pelas quais o espetáculo assume esta forma.
A fuga é um impulso recorrente no ser humano, com reminiscências ancestrais e projeções futuras – o homem foge desde sempre, quer seja de um território, de uma circunstância histórica, das outras pessoas, da guerra, do compromisso, da miséria, do amor, de si próprio. Fuga Sem Fim centra-se na reflexão sobre o ato criativo, quer enquanto “artefacto”, “construção deliberada” e “ficção”, “simulacro de realidade”, quer enquanto procura de uma saída, de várias respostas, da ideia de fuga como exemplo de afirmação – do seu contrário.