Transliterata – A literatura alemã contemporânea em tradução
Para apresentar a literatura alemã contemporânea nas suas vertentes mais actuais, o Goethe-Institut Portugal e o Literarisches Colloquium Berlin convidaram seis autores alemães para estarem presentes nos encontros Transliterata, que terão lugar nos dias 3, 4 e 5 de Novembro em Lisboa, Porto e Coimbra.
Com o objectivo de dar a conhecer ao público português a literatura alemã, os encontros Transliterata reúnem seis autores alemães, David Wagner, Katja Lange-Müller, Kristof Magnusson, Monika Maron, Nora Bossong e Ulrich Peltzer, cuja obra corresponde a um percurso histórico da literatura alemã, que começa na antiga RDA e vai até à Europa de hoje.
Com um programa de debates, apresentações e sessões de leitura, Transliterata pretende reflectir sobre o conceito de transculturalidade, que ultrapassa fronteiras e cria um espaço comum de experiências e de ideias.
O arranque desta iniciativa realiza-se no dia 3 de novembro, no Goethe-Institut, em Lisboa, com uma mesa-redonda intitulada “Sobre o desafio da tradução”. Nesta sessão estará presente o português José Luís Peixoto (a confirmar) e o autor David Wagner estará à conversa com a sua tradutora, Helena Topa. Jürgen Jakob Becker, do Literarisches Colloquium Berlin, junta-se aos autores para uma conversa moderada pelo jornalista Eduardo Jorge Madureira.
No centro dos encontros estarão duas sessões de leituras nos dias 3 e 4 de Novembro, às 19h30, no Goethe-Institut, Lisboa, com os seis autores convidados, seguidas de uma conversa moderada por Carlos Vaz Marques (Director da revista Granta). As leituras serão feitas pelos actores Hugo Bettencourt, Tânia Alves e Ulisses Ceia.
O programa complementar prevê ainda duas sessões de leituras em Coimbra e no Porto. No dia 5 de Novembro, às 16h, os autores Kristof Magnusson e Ulrich Peltzer estarão na Universidade de Coimbra (Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas) para apresentar e debater os seus textos. Nesse mesmo dia, às 19h30, haverá uma leitura no Museu do Vinho do Porto, Porto, com os autores David Wagner, Katja Lange-Müller e Monika Maron.
Transliterata dirige-se a um público interessado em literatura e, em especial, aos responsáveis pela dinamização da tradução em Portugal, como editoras, autores, críticos literários, revisores, editores de revistas literárias e tradutores literários.
PROGRAMA
3 Nov.,16h00 | Goethe-Institut, LISBOA
“Sobre o desafio da tradução”, mesa-redonda com autores portugueses e alemães: José Luís Peixoto (a confirmar), David Wagner e a sua tradutora, Helena Topa. Jürgen Jakob Becker, do Literarisches Colloquium Berlin – moderação de Eduardo Jorge Madureira
3 e 4 Nov., 19h30 | Goethe-Institut, LISBOA
Conversa entre os autores David Wagner, Katja Lange-Müller, Kristof Magnusson, Monika Maron, Nora Bossong e Ulrich Peltzer – moderação de Carlos Vaz Marques + Sessão de leitura com os actores Hugo Bettencourt, Tânia Alves e Ulisses Ceia
5 Nov., 16h | Universidade de Coimbra (Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas), COIMBRA
Apresentação e debate com os autores Kristof Magnusson e Ulrich Peltzer
5 Nov., 19h30 | Museu do Vinho do Porto, PORTO
Leitura com os autores David Wagner, Katja Lange-Müller e Monika Maron
Entrada livre
Sessões de leitura com tradução simultânea
SOBRE OS AUTORES ALEMÃES PRESENTES NA TRANSLITERATA:
Katja Lange-Müller e Monika Maron
Katja Lange-Müller (1951) e Monika Maron (1941) nasceram na antiga RDA e mudaram-se mais tarde para Berlim-Ocidental. A Berlim dividida e os seus habitantes, os que fugiram para o Ocidente e os que ficaram, são uma parte essencial das suas obras literárias. Ser estrangeiro no seu próprio país – uma experiência bem comum na RDA, ocupa um lugar central no romance Drehtür (Porta Giratória, ainda não publicado) de Katja Lange-Müller. A sua protagonista é Asta, uma enfermeira que após 22 anos ao serviço de ‘Médicos sem Fronteiras’ na Nicarágua regressa à sua cidade natal na Alemanha, onde não tem nem família, amigos, nem futuro. Monika Maron, por sua vez, deixa a sua protagonista sexagenária de Zwischenspiel (Intermezzo, 2013) regressar ao seu passado pessoal e ao passado da antiga RDA, interlaçando ao mesmo tempo acontecimentos pessoais e históricos, sonho e realidade.
Ulrich Peltzer
Ulrich Peltzer (1956) elegeu Berlim-Ocidental como a sua pátria apenas nos anos setenta. As mudanças políticas na sequência dos movimentos estudantis de 1968 são um dos grandes temas da sua obra. No seu romance Renascimento Suites (título de trabalho), Peltzer reflecte sobre como o indivíduo pode agir politicamente. Esta obra ainda não publicada reproduz as características típicas da sua narrativa, geralmente situada em grandes centros urbanos e focada sobretudo no pensamento, na consciência e na vida interior das suas personagens.
David Wagner
No seu romance autobiográfico Leben (Vida, 2013), David Wagner (1971) reflecte, a partir da sua experiencia pessoal de um transplante hepático ao qual se teve que sujeitar, sobre a forma como a sociedade e o individuo encaram a vida e enfrentam a morte.
Nora Bossong e Kristof Magnusson
Nora Bossong (1982) e Kristof Magnusson (1976) debruçam-se, nos seus romances, sobre a actual crise económica. O romance Das war ich nicht (“Eu não fui”, 2010) de Kristof Magnusson centra-se na crise financeira a partir da perspectiva de um banqueiro, de um autor de bestsellers e da sua tradutora. Em Gesellschaft mit beschränkter Haftung (Sociedade de Responsabilidade Limitada, 2012), Nora Bossong conta a história da jovem Luise Tietjen, herdeira de um império têxtil que está prestes a perder a fortuna acumulada ao longo de três gerações.